segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Fé na humanidade

     Diante de tudo o que vemos no nosso cotidiano e na mídia como assaltos, corrupção, mortes, doenças e outras mazelas assolando a humanidade e sabendo que a causa disso é ela própria cometendo sempre os mesmos erros geração após geração, muitos pensam que nós nunca aprenderemos a viver corretamente. Entretanto, penso que isto está errado. Pois acredito sim que poderemos aprender a fazer o certo, apenas precisamos de tempo, o que é incerto se considerarmos a fragilidade da vida humana.
     Talvez você diga que estou errado, mas quero que analise como vivemos hoje e compare como vivíamos mil anos atrás, no que acreditávamos, como resolvíamos nossos problemas. Vou pegar um exemplo: na Idade Média ocorreu uma vez a chamada Peste Bubônica ou Peste Negra que dizimou cerca de 1/4 ou 1/3 da população européia no século XIV. Enfermos dessa época acreditavam que isso era um castigo de Deus pelos pecados que cometeram. Se açoitavam, flagelavam, entregavam seus bens para a igreja e nada resolvia, pois eles não sabiam que a peste era causada por uma bactéria oriunda de uma pulga que vivia no rato preto. Este teve uma explosão populacional pelas cidades europeias após as pessoas matarem todos os gatos que encontravam por acreditar que tinham ligação com as supostas bruxas. O conceito de microorganismo e sua relação com as doenças eram desconhecidos nessa época e só foi sendo adquirido com o tempo. 
    Tal como ocorreu com a Peste Negra, muitos de nós fazemos coisas hoje sem pensar nos resultados a longo prazo seja por desconsiderá-lo ou por falta de conhecimento. Muitas pessoas pensam que enquanto só nos beneficiarmos, não temos com o que nos preocupar. Entretanto, o benefício obtido por erro é temporário, pois com o passar do tempo, a coisa boa "puxa" coisa ruim. 
     Exemplificando: quando você é um governador e usa superfaturamento em licitações, desviando dinheiro público para o próprio benefício, de modo que reduz-se os investimentos em educação, muitos jovens têm uma péssima instrução, não conseguem arrumar um emprego digno e acabam virando ladrões que um dia roubam seu carro. Entendeu a referência?
     Aí você diz que todo este texto é inútil, pois leem, mas é como se não tivessem lido. De fato isso ocorre com a ampla maioria das pessoas, mas como exemplifiquei com a Peste Bubônica, é algo que leva tempo. Mudar uma pessoa já é difícil, mudar uma civilização inteira é ainda mais trabalhoso. Ocorre a passos lentos, só analisar nosso passado e comparar com nosso presente. Devemos nos ater que todos nós estamos no mesmo barco, moramos no mesmo planeta e pertencemos a mesma civilização. Somos interdependentes e o que afeta um, afeta todos, não obrigatoriamente de forma imediata, mas mais cedo ou mais tarde.
    Entretanto, a vida humana é delicada. Podemos morrer de 1 bilhão de maneiras diferentes e ainda inventamos novas maneiras de nos suicidarmos. Acredito que daqui a 2 mil ou 4 mil anos, podemos dar uma grande avançada na forma de agirmos, mas não tenho certeza alguma se viveremos até esse dia.


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Não tem como ser perfeito, mas tem como atingir o máximo da própria perfeição

    O que é perfeição? Dependendo da cultura, há muitas definições possíveis e até antagônicas, mas, concentrando-se no essencial, podemos dizer que consiste em estar em um estado que se considera isento de falhas, imperfeições, erros ou qualquer coisa que não satisfaça a pessoa perfeita e a todos ao seu redor, cuja opinião ela considera e, em contrapartida, tenha outras características que gerem profunda admiração por todos. Isto pode se aplicar ao corpo em si ou as ações dela.
      Exemplificando, se por acaso você sabe cozinhar muito bem, é uma pessoa organizada, bastante educada, se veste bem, respeita e ajuda seu parceiro (a), pinta bem, toca muito bem um instrumento, entre outra ruma de características, você é considerado (a) um ser perfeito, alguém difícil de acreditar que exista.
     Não quero dizer que saber fazer tudo que eu disse anteriormente, te torna perfeito. Se você souber fazer outras coisas diferentes daquelas, tem-se o mesmo efeito e não há uma quantidade específica e limitada de habilidades para alcançar este patamar, mas quanto mais, melhor.
     Aí você pergunta: Se tivermos duas pessoas que sabem fazer as mesmas coisas muito bem, as duas têm o mesmo grau de perfeição? A minha reposta é não. Por mais que suas habilidades sejam muito parecidas, há diferenças mínimas que as diferenciam, ninguém é igual a ninguém, cada pessoa é única em suas características genéticas, psicológicas e de personalidade. Devido este detalhe, a perfeição não é a mesma.
     Ou seja, perfeição apresenta formas diferentes em pessoas distintas, assim, por mais que você se esforce para alcançar a perfeição de outra pessoa, nunca a alcançará plenamente ou até mesmo pode passar dela. É assim que funciona, pelo menos ao meu ver. Você tem que tomar como referência a si mesmo por meio de perguntas como: Até onde eu  posso ir? Será que posso aprender mais? Dou conta de compreender isso? Não ficaria melhor fazer isto de outra forma?
    Outras perguntas que você pode fazer são: Para quê eu vou querer saber fazer um monte de coisas? O que ganho sendo perfeito? Bem, é apenas um caminho a seguir, um objetivo que algumas pessoas escolhem. Semelhante a ler um romance para se entreter, as pessoas podem escolhê-lo apenas como algo para fazer e ocupar seu tempo por pura diversão ou projeto de vida pessoal.
     Portanto, não existe a perfeição absoluta, existe a sua perfeição que só você pode alcançá-la com muito esforço, dedicação e aprimoramento.

 
     

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Quem faz bem na primeira, faz melhor na segunda

    Não, não me refiro na segunda-feira, me refiro na segunda vez. Todos aqueles que fazem projetos e coisas semelhantes, quando o fazem pela primeira vez e olham o resultado, acredito que muitos pensam: "Podia ser melhor!" ou "Podia ter feito isso de outra maneira e teria conseguido um resultado ainda melhor!". Muita gente dedicada deve pensar assim, Leonardo da Vinci que o diga.
     Há quem se decepcione com o resultado que pode sair um pouco mal feito por conta de não ter se concentrado o suficiente e se sinta desestimulado a tentar de novo, porém, numa segunda execução, os erros percebidos são evitados e as novas ideias que se teve quando fez pela primeira vez, são agora aplicadas. Com isso tudo, o resultado fica ainda melhor do que antes, pode ter certeza.
     Tal processo pode ser chamado de aperfeiçoamento. Existe outra maneira de aperfeiçoar? Se sim, desconheço, pois, como diz o ditado, "a prática leva a perfeição" e, a cada novo projeto, melhora-se cada vez mais, às vezes a passos curtos e em outras vezes a passos largos, mas sempre avançando. Sem perceber, fará coisas que no passado nunca imaginaria que conseguiria fazer, isto por que, o que separa sua inabilidade de hoje da sua grande habilidade no futuro, é só muita prática. 
     Mas aí você diz: Não tem algumas pessoas que nascem com grande habilidade para pintura, música e até esporte? Sim, tem. E quantas você conhece? Umas 10 mil? São exceções. Pessoas que por sorte genética ou alguma anomalia, herdaram alguma grande habilidade. A grande maioria das pessoas, vai ter que ralar mesmo para ter um grande resultado em algum projeto importante e quanto mais complexo ele for, mais tempo e dedicação serão exigidos da pessoa.
      E mais uma coisa: quando ver alguém fazendo coisas do mesmo tipo que você, porém, bem melhor e até mesmo insinuando que sua pessoa nunca fará melhor do que ela, não se desestimule, pois ela só consegue fazer melhor do que você porque ela começou a praticar bem antes, e assim, ela já passou por todo um processo que você ainda passará, isso se não desistir de seguir em frente, é claro, e caso tu possua mais rapidez para aprender, tempo e recursos do que ela, a alcançará logo e até mesmo pode ultrapassá-la. Quem vai determinar isso é sua vontade e esforço.
      Assim, persista, siga em frente com dedicação que a cada passo que der, ficará melhor do que antes, pode ter certeza. Com esforço, o seu EU de amanhã, será melhor do que o de hoje. 


domingo, 2 de outubro de 2016

Quem obedece à risca as regras, esquece o motivo delas terem sido criadas

   Desde os tempos antigos, as regras foram surgindo para organizar nossa sociedade e trazer estabilidade a mesma. Elas se modificam com o tempo por conta da mudança de alguns conceitos usados para criá-las, mas sempre estão lá. Pessoas que as obedecem, como policiais, civis e militares, por exemplo, às vezes a seguem tão à risca que sem perceber, acabam se desviando da sua finalidade, ou seja, ao invés de beneficiar as pessoas, estão prejudicando-as.
     Vou exemplificar para ficar mais fácil entender: suponha que uma pessoa esteja doente e usar  um tipo de droga como a maconha poderia fazê-la suportar por mais tempo até que descobrissem um jeito de curar a doença dela, porém, pela lei do país onde ela se localiza, uso de drogas é ilícito e pode dar cadeia. E aí, obedecer a regra à risca e deixá-la definhar ou desobedecê-la e tentar salvá-la? Outra situação envolve religião: vi uma notícia uma vez de uma família evangélica fundamentalista, um dos seus membros estava doente e a transfusão de sangue poderia amenizar os efeitos da doença, porém, pelas regras da religião deles, tal processo não poderia ser realizado por ser pecado, não fizeram e a pessoa morreu.
     Será que muitos que criam as regras ou as obedecem, sabem da sua finalidade? Como já dito, elas foram criadas para organizar nossa sociedade, ajudando as pessoas em suas necessidades, no uso de recursos, na orientação das ações de todos e coisas semelhantes. Alguns procuram não se ater a  tudo isso para a própria vida ficar mais fácil de manejar ou por conta de conceitos ultrapassados que ainda acreditam, se prendendo ao passado. Em certos casos, pensa-se: "Enquanto isto não me afetar, não tenho com o que me preocupar!" ou "Nunca vi isso!".
     Quando obedecemos regras, devemos nos concentrar na sua finalidade para que possamos abrir exceções. Claro que tais ações exigem cuidado. Digamos que você trabalha em um banco, a pessoa traz o documento do pai dela, o cartão de aposentadoria  do mesmo e a senha para tirar algum dinheiro que tá na conta. O atendente conhece a pessoa de longa data e também conhece seu pai, entre outros membros da família. Por regra do estabelecimento, o saque não pode ser feito por conta de uma procuração que tem que ser feita ou o dono da conta tem que vir em pessoa. Nesse caso, independente do regulamento, penso eu, pode-se desobedecê-lo sem problema, pois, fora isto, nenhuma outra irregularidade está sendo cometida e ninguém está sendo prejudicado, pelo contrário, está sendo facilitada a vida de um usuário. Não concorda?
     Assim, devemos obedecer as regras e leis que nos regem, mas, é nosso dever também ficar atento à sua finalidade para ver se a obediência rígida a ela não nos está desviando do seu propósito, para fazermos ações adaptativas que corrijam tal desvio.