domingo, 26 de maio de 2019

Política da foto

      Política da foto, também conhecida popularmente como hipocrisia, corresponde a um conjunto de atos da pessoa que quer passar aparência positiva para o público, mas atrás das câmeras, frequentemente, ela é outra. 
     É algo antigo na civilização humana. Pode-se dizer que surgiu quando se formaram grandes grupos humanos em torno de tribos, cidades ou vilas. Na sua essência, era usada como forma de controle e manipulação, coisa que não mudou, pois quando determinadas pessoas passam boas aparências para as demais, elas são vistas com credibilidade positiva e assim, intencionalmente ou não, podem influenciar muita gente.
      Exemplos temos dos mais diversos ao longo da história. Vamos a alguns! Entre as várias versões criadas da bíblia, uma delas foi criada  pelo Imperador romano Constatino por volta do século 4 na Ásia Ocidental, usando vários textos espalhados pela sociedade. Ele, junto com sua equipe, decidiram não incluir nada que passasse a ideia de um Jesus "humano", pois dando-lhe aspecto divino, poderia controlar os cristãos em expansão no Império Romano. Outro exemplo é a maquiagem usada durante a Idade Média para esconder imperfeições e sujeiras dos rostos dos nobres, pois o povo raramente tomava banho naquela época, então era natural estarem sujos, com feridas e coisas do tipo, além do mau cheiro, é claro! E hoje em dia temos muitos empresários, sacerdotes, jogadores, artistas dos variados segmentos que em diversos veículos de comunicação aparecem com boas roupas, comportadinhos, sorrindo, fazendo seus trabalhos por aí, falando frases "descoladas", dando bons conselhos e tal, aparentando ser uma boa pessoa, mas em casa, muitas vezes, vive brigando com familiares, de mau humor, triste, melancólico, praticando crimes, atos social ou eticamente inaceitáveis e coisas assim.
     Qual o mal disso? Escondendo o lado imperfeito e problemático, cria-se a ideia de não existir imperfeição em algo, portanto o objeto ou pessoa é considerado perfeito. Criam uma ilusão por conta de desconhecer o outro lado. Resultado? cria-se expectativas de ter ótimos resultados e uma vida maravilhosa se praticar estes atos "perfeitos", agindo como aquela pessoa "perfeita". Quando faz isso, passa a desfrutar de frustação e tempo perdido que poderia ter gastado com outra coisa mais benéfica.
Imagem: Roberth Vinãcius Vinãcius
      Outro malefício é a já comentada dominação que a política da foto gera. Na sociedade capitalista  vivenciada atualmente, no marketing, ressalta-se muito as qualidades dos produtos e serviços, omitindo seus possíveis inconvenientes que, somente em serem citados, podem fazer os clientes desistirem de comprar ou usar. Estratégias essas usadas no setor público em obras, projetos e programas, sempre ressaltando os pontos positivos deles, e omitindo-se todo tipo de possível inconveniente. Tudo para parecer que a administração está trabalhando bem. Obviamente a lei exige transparência, mas tu acha que quando possível, não há quem vá desobedecer a lei?
      E como acabar com esse domínio da política da foto? Informação, meu amigo! Procure se informar sobre o assunto, verificar diversas fontes, veículos de informação e, quando possível, indo no local e vendo com os próprios olhos. Assim, não se faz grandes expectativas ou ilude-se e pode-se tomar decisões mais corretas e adequadas, evitando aborrecimentos futuros.