quarta-feira, 6 de março de 2019

A vida não é de graça

     Você quer muito comer uma pizza. Ela custa um determinado valor monetário para obtê-la. Perder dinheiro muitos não desejam, pois em algum outro momento pode precisar dele na resolução de um problema de saúde, festa, outra coisa que queira comprar e por aí vai. O pagamento te faz ficar receioso, porém, se pudesse obtê-la de graça, não pensaria duas vezes.
     Semelhantemente é a vida. Ela nos dá muitas coisas boas como alegria, felicidade, sucesso e prazeres diversos. Por estarmos vivos, temos acesso a algo bom. Considera justo tê-la de graça? Então como a pagamos? Até pobre tem vida feliz, porém não possui muito dinheiro, às vezes mora "debaixo da ponte" e sente fome. O pagamento é feito com coisas ruins: sofrimento, tristeza, dor, doenças e outras. Todos os viventes passaram, passam e passarão por isso.
      Mas por que pagar assim? Não deveria haver outra forma menos dramática? A vida até parece ser má. Fazendo desta maneira, aprendemos a dar valor a ela. Não costumamos valorizar o obtido facilmente. Exemplificando: alguém ganha uma moto em algum sorteio. Na mente de muitos, o fato de não ter trabalhado "duro" para conseguí-la, faz com que usem o veículo indisciplinadamente podendo perdê-lo rapidamente. O oposto costuma ocorrer quando se esforçam e juntam lentamente dinheiro para comprá-la, pois ao perderem-na, sabem da dificuldade em se conseguir outra, por se lembrarem dos momentos difíceis que passaram antes. O valor da vida é diretamente proporcional aos cuidados para com ela, ou seja, quanto mais cuidamos, maior sua validade para a gente.
      Percebe-se, pelo exemplo anterior, que os desprazeres passados por nós, ajuda a ter disciplina em nossas ações. A "ficar os pés no chão". Pois alegria ou felicidade demais, nos empurra a pensar que tudo podemos fazer, não há preocupação, nunca mais teremos nada de ruim em nossa vida. Isso acontece mesmo. Nos distraímos e PÁ!.. aparece câncer, acidente...
      Mesmo assim não poderíamos apenas usufruir das coisas boas da vida sem precisar se preocupar com o valor dela? Afinal, vamos morrer mesmo um dia. De fato este último é verdade! Entretanto, podemos falecer mais cedo ou mais tarde. Nossas ações enquanto vivos, influenciam quando fecharemos os olhos para sempre, isto é, aquilo que fazemos prejudicando e simplesmente arriscando nossas vidas, pode nos fazer perdê-la antes do imaginado. Assim, as coisas ruins, na verdade são boas, pois podem dar novas oportunidades. Como assim o ruim é bom? Imagine um pai que trabalha muito. Só quer saber de trabalho e tal. Não passeia ou brinca com os filhos, dificilmente conversa com amigos e a mulher, ama-a, tem um jantar romântico. De repente sofre um acidente ou fica enfermo de doença que o deixa sob cuidados de amigos e familiares. Nesse momento, vê o quanto estava menosprezando algo importante e bom para ele que estava ali pertinho o tempo todo.
       E aí? Qual sua escolha: viver muito e curtir bastante com limites ou curtir sem barreiras e morrer logo?
Imagem: Cartaz do filme "Viva: A Vida É Uma Festa" de 2018